sábado, 12 de maio de 2007

Gestos Sem Pudor





Eu que me perco nos sentidos pequenos
Na vida sem sentido do trabalho efémero
Eu que penso no amor como algo utópico
Que pratico a solidão diária
Como um castigo pelos males perpetrados
Não sei onde nem quando

Eu que me perco na vida vazia de sentido
Que sou amado à distância por todos
Eu que vivo abandonado
A uma sorte que não abandono
Consigo um espaço para me encontrar sempre

Eu que me perco com gigante facilidade
Na vida dos afectos ausentes
Procuro sempre os amigos à volta
Amparo-me neles para os ver viver
Que se dane a minha felicidade perante isso

Eu que me perco por tudo e por nada
Que me rodeio do medo insano de algum gesto brusco
Eu que me assusto com a morte prematura
Encontro sempre um espaço para continuar
A força para fazer brilhar

Eu que me perco na futilidade das coisas pequenas
Espero o retorno necessário
A fraqueza corpórea também me é presente
Os sentidos também funcionam
Também gosto de ser amado
E sou-o apesar da estranha noção de partilha...

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