sábado, 30 de junho de 2007

Qualquer Raiva Escondida





Agora, em absoluto silêncio poderei consultar o coração desavindo com a vida,
Afiançar que afinal não é problema de inveja, o sentimento de posse do alheio
A construção de novos horizontes baseados no que está feito e sem o respeito
Agora posso dizer-te que a loucura provocada pela ira me destrói o bom senso
Dá louros de vitória ensandecida a quem me provoca a ruptura da boa vontade
Oh como gostaria de me poder vingar num acto tresloucado, impensado, inglório?
Pois claro, mera estupidez na escolha dos métodos, insensato na resolução de problemas
Agora que estou apenas a ouvir o meu respirar bem até ao fundos dos pulmões
A sentir as pálpebras pesadas, a cabeça a latejar da rotina indesejada
Vou até ao fundo do poço do meu sub consciente, inútil, que teima em descansar
Como se olhar chegasse para que o mundo gire noutro sentido qualquer
Como se as marés mudassem de rumo, ancoradas num qualquer infortúnio
Será possível de entender como se pode ter tanta raiva escondida, camuflada
De amor e compreensão que cedo se tornam uma gigante frustração e então
Provoca tremores de fundada confusão pela constante contradição no senão
De ter que mudar constantemente de ideias que até são positivas.
Agora que estou dentro do meu mundo sem que sinta pensarem sequer em mim
Questiono a forte vontade de dedicação em que até o transformaria
Será possível arranjar pontos de real interesse para sentir o desejo
Para que esse amor espalhado pelo mundo pudesse amansar a minha ira?
O ódio habita a mente de uma forma tão intensa como o amor puro
Não há como conseguir negá-lo, humilhá-lo ou simplesmente exterminá-lo
Apenas focar a mente na fogueira benigna da evolução sustentada
E se depois constatarmos que o amor começa a tomar o lugar da insuficiência
Então saberemos acabar os nossos dias com dignidade

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