quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Boa noite!



Autor da Foto: Pedro Matos

Um amigo de Beja!!! Parabéns pelas fotos!

1. Muito se passou desde o dia 3 de Março de 2007, o único dia verdadeiramente feliz que tive o ano passado. Um ano complicado, do qual ainda recupero 2008 a dentro. Sinto que as feridas sarando, algo de diferente terá que acontecer, ou seja, nem falo de amar, apenas de viver o raio da vida, com as banalidades a que estamos sujeitos todos os dias.

Não sinto carinho nenhum por este livro. É negro, pesado e sombrio, não tanto como eu já fui em tempos, mas o culminar de muitas desilusões, de muitos aborrecimentos, de muita solidão.

Há coisas nele que renego e como tal por iniciativa própria não voltarei a promovê-lo seja a quem for, fica aqui neste blogue, para quem quiser ler.

Esta é a versão que tinha em mente quando a enviei para dezenas de editoras e que por Emanuel Vitorino abraçou.

Todavia, por questões que nem comerciais considero (eu sou um comercial na vida real, um homem de princípios na vida privada, algo que pouco se coaduna e no entanto há por aí gente que ainda assim me surpreende), os 57 poemas que idealizei para o livro ficaram reduzidos a 23, editados tal como os enviei para edição, ou seja, sem revisão, apenas com a pressa de editar, facturando à boa maneira portuguesa (com culpas minhas e claro... a ansiedade também não ajudou!).

Em cima do joelho, lucro fácil, desorganização e pouco sentido prático de como gerir uma empresa. Não consigo culpar o homem que deu a cara, pelos sonhos e projectos que tem e que são válidos. Apenas sinto que estou num país de gente frouxa no que aos negócios diz respeito e daí serem sempre os mesmos a crescer, a crescer, a crescer!

Não me surpreende que o Henrique Padeiro tenha sucesso, desejo-lho e anseio pelas suas vitórias, como se fossem minhas. E digo isto porque as vitórias são dele e não de quem o editou. De novo à boa maneira portuguesa. Outro exemplo é o João Jacinto, mas ao menos ele construiu uma carreira à parte da literatura, a poesia veio apenas complementar um sucesso vindo de outras paragens. Mais uma vez um sucesso individual. Apenas comento quem conheço pessoalmente e tive a oportunidade de conviver um pouco para além do mero aperto de mão.



E eu? Amoleci? NÃO! Nem me lamento para além disto, quero e tenho escrito muito, sem ser de forma doentia e compulsiva, apenas vou soltando pontas de um novelo que um dia junto poderá ser uma surpresa para mim próprio. Mas quem sou eu para julgar o que escrevo?

Não sinto prazer qualquer em viver neste país, nesta República das Bananas podres em que cada um se safa como se pode safar, com os devidos apoios, depois de se tornar famoso, depois de comer o pão que o Diabo alegremente amassou!

Como eu compreendo quem se vai embora!!! Eu também irei!

2. Guardo na memória quem esteve no lançamento do livro! Guardo no coração o feed-back que vou recebendo deste, e sobretudo do outro lado do Atlântico.

Sobretudo surpreende-me que quase ninguém das minhas relações goste de ler, ou apenas de dar uma palavra de conforto apesar dos cursos universitários, apesar da cultura que se dizem capazes e que reinventam consoante o umbigo cresce mais ou menos, sobretudo apesar de passarem a vida a queixar-se disto, daquilo e do outro. Mas isso são os chamados Silêncios Ensurdecedores... outra história aqui mesmo ao lado...

Mas não foi por quem conheço que me dediquei a escrever, mal de mim se o fosse. Diria que a falta de tempo crónica das pessoas em pararem para viver é das maiores inspirações que posso ter para escrever, talvez a amargura omnipresente venha daí.

Lembro-me, momentos antes de ser operado, dia 7 de Dezembro de 2007, de focar o pensamento e os olhos na Luz que vinha no tecto, do infinito que me esperaria se tranquilamente me fosse. Confesso que gostava desse experimentar esse mundo paralelo, algo para além das letras e dos sonhos violentos! Que se danassem os que cá ficassem! Mas fiquei e ainda bem que assim é!

3. A 1ª edição deste livro, se de mim depender, será a única, pelo menos nos moldes em que foi editado. Está lá um poema que renego para toda a eternidade por princípios morais, por uma questão de orgulho pessoal.

4. Aos meus leitores, obrigado por me desdizerem! Sabe sempre bem uma qualquer palavra, uma qualquer dor, um qualquer afecto. Gostam de indiferença? Eu gosto de abraços e gritos, não de mágoa, mas de esperança num presente melhor! O futuro ainda é longe demais!!! O passado apenas uma inspiração!

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