segunda-feira, 10 de março de 2008

001 Dilemas








As mãos já não estão vazias. O corpo segue apesar da ausência de amor, daquilo que se vê, se mostra e provoca as rugas nefastas. A arma que se entranha nos meus dedos, na tremideira provocada pela ausência de bom senso, apenas resta destruir um qualquer preconceito.

A dor de viver, no preconceito de palavras inócuas, de sentidos incrustrados de normalidade fatal, apenas resta seguir na ignorância.

As vozes infâmes dos arautos da sociedade, que nos protegem da nossa própria ignorância, perseguem-nos nos nossos pesadelos recorrentes.

A culpa de viver preocupado com a saúde efémera, das palavras de amizade inexistentes, apenas o dinheiros lhes faz sentido perante a morte.

As imagens que nos perseguem rumo ao inferno, na voragem dos amores esquecidos, num paraíso sem anjos. Afinal do que falam?

A vontade de esquecer o futuro, um qualquer acidente fatal, por um qualquer beijo louco, um pouco de sexo que não nos deixe ocos.

As fronteiras do perigo, o ardor na alma por te amar num fogo fátuo, fata morgana que nunca será memória iluminada.

As canções do adeus, nos prados verdejantes, as cruzes que iluminam os idos, as nuvens negras que ameaçam dilúvio.

A vontade de nada perante a vontade de acabar. Virar assim os olhos a um qualquer futuro por desejar, coração parado.

A ferro e fogo, doente da falta da noite que envolva o fim, da ausência de um amor, perdido, lá no outro lado da existência.

As promessas ocas de amor eterno, dos deuses inexistentes. Apenas um presente sem a inconstância das verdades absolutas, que ferem, que matam, destruindo a vida.

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