sábado, 5 de abril de 2008

021 Despem-se as palavras



Há mulheres, com corpos e sua suja submissão unindo-se em batalhas de fraca precisão, angustiada depreciação por palavras que lhes acentuam a frustração. Aprendam elas a respeitar-se primeiro.

Oxalá não tenha muitas mulheres dessas na vida, não tenciono virar gigolo, nem filmar cenas de câmara escondida, ganhando novas doenças mentais com a sua divulgação. A fantasia não se coaduna com o pudor incutido desde que nasci, apesar das influências externas e despudores privados.

Que se lixem as influências, não o faço porque não me agrada sequer pensar no assunto.

Despe-se a vontade de viver, de falar da fornicação mirabolante e dos berros mais lancinantes, da javardice entusiasmante em que se enredam dois corpos em animada tertúlia sexual, suores e amores estarrecidos. Oxalá não sirva apenas para essa função oca de foder, sobretudo a cabeça que esconde o cérebro. Lá se vão então tantas e tantas saborosas tentações de voluptuosas mulheres, louras platinadas e estupidez desenfreada.

Despem-se as palavras da vergonha, respeito pela falta de amor e dos preceitos e até seria bom, desde já, abolir a submissão, ficando apenas as mulheres e os seus corpos e outra forma de se glorificarem.

E depois de saciar a tentação, talvez celebrar com um qualquer poema de Adília Lopes, dois copos de vinho tinto e foder de novo até cair, ao som do ‘Aftermath’ do Tricky, da sensalidade demoníaca da Alison Goldfrapp ou da Martina Topley Bird (lá voltamos ao Tricky), ficando a faltar a Björk. Orgasmos musicais para alguns gostos selectos.

Despem-se os preconceitos e a porra da vontade de amar, até ficar todo sugado e nada mais restar para a vida que a morte provocada!

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