quinta-feira, 17 de abril de 2008

031 A solidão


A solidão é um estado usual num mundo densamente povoado. Tanto motivo para estar com alguém quando no fim de tudo apenas teremos a companhia da solidão.

As possibilidades de conviver, as datas usuais, os horários obrigatórios, desmentem este estado letárgico.

A solidão é um estado temporário, algo que de vez em quando se quebra com o sonho, algo que nos abandona com o corpo inerte, abandonado ao além. Eis que então temos toda a companhia do mundo.

Mas a magia do sonho, o amor e as aventuras, os projectos que ficaram pelo caminho, tudo se concretiza enquanto vagueamos pelos sonhos.

No entanto, ao acordar a solidão regressa, as lágrimas descem e a angústia não cessa de subir.

A solidão é um estado usual, a consequência de mentes que vivem na escuridão, sobretudo aquelas a quem se tenta mostrar um caminho diferente.

A solidão pode ser um desgosto, mas de certeza que é falta de amor. É a falta de saciar as fraquezas da carne, é espírito insatisfeito. Mas pior que tudo, a solidão torna-se conformismo, sem diferenças ou intromissões, num mundo em que nos fechamos, perdidos, sem saber o que fazer.

A solidão torna-se egoísmo, falta de vontade, estagnação. Mas a verdade é sempre relativa. Há objectos, algo para lá do palpável que afastam a solidão.

A solidão pode ser cura, orgulho e desejo de andar para a frente, pode ser o que dela quisermos tirar.

Há vários biliões de solidão, maneiras de evitar a multidão e nunca viver só.

Amor próprio, fé nos seus propósitos, coerência e nunca se estará sozinho!


12-07-2004

Acompanhante musical: Cabeças no Ar - Jesus no Secundário

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