
A solidão é um estado usual num mundo densamente povoado. Tanto motivo para estar com alguém quando no fim de tudo apenas teremos a companhia da solidão.
As possibilidades de conviver, as datas usuais, os horários obrigatórios, desmentem este estado letárgico.
A solidão é um estado temporário, algo que de vez em quando se quebra com o sonho, algo que nos abandona com o corpo inerte, abandonado ao além. Eis que então temos toda a companhia do mundo.
Mas a magia do sonho, o amor e as aventuras, os projectos que ficaram pelo caminho, tudo se concretiza enquanto vagueamos pelos sonhos.
No entanto, ao acordar a solidão regressa, as lágrimas descem e a angústia não cessa de subir.
A solidão é um estado usual, a consequência de mentes que vivem na escuridão, sobretudo aquelas a quem se tenta mostrar um caminho diferente.
A solidão pode ser um desgosto, mas de certeza que é falta de amor. É a falta de saciar as fraquezas da carne, é espírito insatisfeito. Mas pior que tudo, a solidão torna-se conformismo, sem diferenças ou intromissões, num mundo em que nos fechamos, perdidos, sem saber o que fazer.
A solidão torna-se egoísmo, falta de vontade, estagnação. Mas a verdade é sempre relativa. Há objectos, algo para lá do palpável que afastam a solidão.
A solidão pode ser cura, orgulho e desejo de andar para a frente, pode ser o que dela quisermos tirar.
Há vários biliões de solidão, maneiras de evitar a multidão e nunca viver só.
Amor próprio, fé nos seus propósitos, coerência e nunca se estará sozinho!
12-07-2004
Acompanhante musical: Cabeças no Ar - Jesus no Secundário
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