domingo, 1 de fevereiro de 2009

059 Janelas do meu olhar


Ilha da Madeira em 2007


Aqueles momentos em que a vida deixa de fazer sentido conseguem provocar mais dor que os males da vida todos juntos. São momentos classificados como egoístas e que a maior parte dos humanos não consegue identificar, tal a sua própria luta interior que os leva ao alheamento do que se passa mesmo em frente ao seu nariz.

O meu olhar mareja-se de lágrimas pela vida, pensando que talvez valha a pena continuar enquanto houver uma pessoa que seja que preste atenção aso pequenos pormenores que nos acompanham pela existência fora, pelo mero desejo de nos verem, ouvirem ou até lerem meros pedaços da energia que às vezes nem damos conta que emanamos.

Nos dias em que se fecham as fronteiras que vão dar ao infinito e as sombras se adensam junto dos sonhos que tentamos materializar, há sempre a esperança que um qualquer anjo se acerque da nossa inexplicável solidão e nos dê as forças que precisamos para continuar. É nessas alturas de escuridão que se abrem as janelas do meu olhar a horizontes de esperança, mudança para que o caminho a tomar seja mais de acordo com o que devemos tomar.

Nas janelas gastas do meu olhar vou encontrando motivos para me separar da rotina e dos malefícios da solidão, da ausência de tesão no que faço, pelos amores que nunca se concretizam.

Sublimo que lá de longe, mesmo aqui ao lado tenho um anjo que me segura e me dá forças para que nunca me deixe cair no vazio da morte por mim provocada.


Acompanhante musical: Talk Talk - Living in another world

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