sexta-feira, 7 de maio de 2010

112 A noite bêbeda de sangue

A vida é dura se seguirmos a rota segura, a anunciação pedida, ausência de alucinogénos que nos potenciem a artificialidade consumista até nos suicidarmos com um sorriso nos lábios.



Assim quando conseguirmos amenizar a dor de termos de nos cruzar com os monstros que insistem dizer-nos serem belos, é-nos mais fácil caminhar de cabeça erguida. Porém somos acometidos de dias sem brilho, avistando noites de deboche em que participaríamos de livre vontade, ao contrário do bicho contaminado em que nos tornamos, para gáudio dos perversos que nos adocicam a vontade antes de nos usarem como carne, gado para abater na sua infinita espiral de estupidez.

O universo em que habitamos, o dos ódios sem sentido, torna-nos inanimados, desvia-nos daquilo que realmente nos faz falta.

Começamos assim a correr, na fuga aos dias cinzentos, em que a mentira toma o lugar dos sorrisos descomprometidos. E mesmo que o sangue se escape de alguma parte do corpo, fruto do encontro de algum objecto afiado que se tenha entranhado na carne desprotegida, o sorriso passará a acompanhar a dor e a vontade de adiar o último suspiro, parte normal dos dias que terminam em noites bêbedas de sangue descontaminado. 

Há uma vontade firme de seguir um rumo independentemente dos comodistas que se cruzem no caminho tentando amotinar a tranquilidade em que nos deixamos voar.

13-07-2008

Sem comentários: