terça-feira, 4 de maio de 2010

bebi a taça do pensamento

1.
a cabeça explodiu
o bom senso e a confiança
nas risadas
com circunstância
esqueceu-se de avisar
que ficamos burros
anacrónicos e sem jeito
haverá jeito de tolerar
aceitar que o pó é o único destino
a única fortuna o esquecimento
e as crenças fúteis que nos arrastam
para um coração vazio de interesse
com circunstância
aparato e mediocridade
a única herança?



2.
as ideias entrelaçam-se
em catadupa
confusas e sem sentido
nem na língua materna
ou no contexto moderno
de querer o mesmo de sempre
e a crise se instalar
nas ideias,
no pensamento
na falta de sensata capacidade
de ver para além do corpo
que ama na descrença
do futuro sem falhas duras



3.
quando o vazio se instala
em períodos de curta capacidade
em que te perdes num vazio
sem atino ou sentido
apenas te afectas
por dores
que antes não tinhas
pela falta de sono
que antes não te afligia
pela taça vazia
de pensamento
ou motivo válido
para celebrar



4.
a falta daquele olhar profundo
mesmo de olhos fechados
pensamentos assados
ou mero gemido de prazer
afecta a tua capacidade de pensar
vibrar por cada segundo
da rotina invisível do respirar
talvez gostasses de experimentar
viver a dimensão
mais adequada ao teu penar...

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