quarta-feira, 6 de junho de 2007

Violência Doméstica




para as mulheres que parece terem nascido só para sofrer


Na véspera do casamento uma surpresa
Tanto haviam eles discutido os árabes
E ele apareceu com um copo a mais em casa
Bateu-lhe sem motivo

Ela, surpresa, deixou-se ficar
Agora era tarde para cancelar o sonho de vida a dois
E ele lá lhe explicou a fúria
E ela lá entendeu perdoando

E eles casaram
Foram felizes durante um ano
Tiveram um filho
E tudo parecia esquecido

E ele recomeçou a beber
Ela havia deixado de trabalhar
Afinal ele até ganhava bem
E o filho teria melhor educação

E um dia ele tinha bebido demais
Chegou a casa e quis fornicar
Ela estava cansada do trabalho em casa
Do choro do menino, de ele não a acarinhar

Então disse-lhe que não
E ele pegou num cinto, bateu-lhe
Ligou o rádio bem alto para mais ninguém ouvir
E bateu-lhe, ignorando o choro do bebé

E os dias sucederam-se no medo
Na voragem das torturas e ameaças
E ela chorava os dias sem parar
Não queria ir embora para o menino não sofrer

E ele batia-lhe cada vez mais
Via-se o ar de satisfação na besta
E ela revoltava-se, mas engolia em seco
Deixava-se violar para ele acalmar, em vão

E um dia ela fugiu com o menino
Escondeu-se em casa dos pais envelhecidos
Na incredulidade das manchas da existência
E prometeram levá-lo a tribunal

E um dia ele apanhou-a desprevenida
Levou-a para a floresta e amarrou-a
Encostou-lhe a arma à boca
' E agora despede-te minha puta que nunca mais vês o teu filho ‘

E ele deixou-a ir, satisfeito pelo terror
E pôs-lhe uma acção em tribunal para ter o filho com ele
E ela fingiu ter-lhe perdoado tudo
Pôs-se debaixo dele para ser seviciada

E quando estava a dormir
Pegou numa faca de cozinha
E degolou-lhe a maldade
E criminosa ordinária foi condenada pelo sistema...

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