sábado, 30 de junho de 2007

Solidão





Quisera pedir a Deus outro tipo de pessoas
Mas não acredito em Deus
E as pessoas eu sei que as há melhores

Quisera pedir a Deus outro tipo de vida
Mas não acredito em Deus
E esta é a vida que fiz para mim

Quisera pedir a Deus outro tipo de consciência
Mas se Deus não me preenche o vazio
E esta é a consciência que me habita

Quisera pedir a Deus a fortuna da alegria
Mas se não há Deus em mim
E a alegria nunca lhe conheci o significado
... ... ... ... ... ... ... ... ...
Apenas carência de afecto
Nunca suprimida pelo irreal
Pela crença dos humanos
Algo apenas ilusório

Ah a fé
Ah a desgraça das drogas
Ah tudo o que é ópio para as multidões
Ah que tudo continua na mesma

E se um dia serenar o espírito
O corpo deixar de habitar
Cada cheiro de si próprio
A vida a dois será doce insubmissão
... ... ... ... ... ... ... ... ...
Na doce melodia escutada do teu coração
Na amarga e nunca entendida separação
Na desistência fácil de um amor que já foi
Na cruel voragem do maldito dinheiro

Ambos nos perdemos no cansaço inútil
Os outros, ai os outros
Sempre os outros
Chegou o nosso tempo, Nós!

E se a solidão fugir a sete pés
Seremos sempre nós a procurá-la
Na falta de tacto pelo entendimento tácito
Na aceitação de algum espaço livre
… ... ... ... ... ... ... ... ...
Se te amo?
Podia utilizar aquela expressão,
' não tenho tempo para pensar nisso '
Apenas tenho tempo para ficar louco

E de que importa amar
Sonhar com um travesseiro
Ter a companhia do frio nocturno
A ausência do calor diurno

O Sol foge de mim
Eu provoco-lhe ânsias
Desejos de fuga eterna
E se houvesse alguma mudança?

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