domingo, 3 de junho de 2007

Cratera





O corpo jaz cansado pela loucura não suprimida
As cicatrizes da existência que urge esquecer
Tudo está lá para sempre, mesmo sorrindo, mesmo avançando

Pela inveja dos que não sabem crescer
De ter vontade própria
De apenas copiarem os sentidos
Convinha fazer uma prece ao Senhor para os levar consigo
Para aquele mundo de contenção

O corpo jaz cansado e sem vontade de recuperar
Pela mente casada com o ridículo e banal
E tudo o que envolve a vida da rotina
Apenas um precipício por onde apetece fugir

E no entanto a vida continua
Dentro de camadas vegetais
Que nos entorpecem
Que nos acanham a inteligência
Por um sorriso conveniente
Apenas ir sem saber porquê...

Abriu-se uma cratera na minha alma
Avisto a lava escaldante com os seus vapores envenenados
Prestes a explodir
Prestes a acabar com a vulgar consciência dos vendidos

E apenas quero viver
Apenas quero seguir caminho pela tranquilidade
Do sopé da montanha
Olhar para cima e ver ter tempo para respirar
Sem que a cratera se encha dos medos inculcados

O corpo jaz cansado
Entorpece a mente com a infelicidade
Mas a vontade segue firme
O coração bate compassado
A alma está desencarcerada...

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