terça-feira, 11 de março de 2008
007 A Mão Resiste
O legislador tenta por todos os meios produzir a lei perfeita, ao seu gosto, à massificação perfeita da sua vontade finita para um futuro em que não vai estar lá.
Raios partam o legislador e as leis castradoras, de emoções, vícios e provocações.
A mão resiste neste caderno feito do assassínio de árvores que respiraram, de micróbios soltos do ar poluído que me circundam, da merda das coimas e impostos que se inventam para que, mesmo assim, mais tarde ninguém tenha reforma.
É formidável o exemplo do cineasta Manoel de Oliveira que em 12-12-2007 d.C. fez 99 anos. Perante exemplos destes imaginam para que serve a reforma aos 65 anos? É trabalhar, como se o chefe, dono dos nossos corpos, fosse um purificador de almas.
O trabalho liberta, o ódio pois claro, em detrimento do ócio, onde se inclui a vida.
Digam-me lá então se não é uma afronta? O mundo em desenvolvimento e eu aqui a pensar em viver? Que merda de sentido de vida, corpo bom para trabalhar, queimando os benditos neurónios em puro stresse, esquecer o gosto da vida.
Apenas a mão resiste à tortura de existir e preencho, encho este caderno com pinturas diferentes, em desprezo pelo regente. Ouso viver e que não pensem que me enganam mesmo que os olhos consintam, os gestos desmintam, a vida continue. NÃO!
A mão resiste à tortura do silêncio, dos venenos que nos vão toldando a memória.
A mão resiste e deixa um legado para o amanhã, de novos resistentes, de vidas incandescentes!
Etiquetas:
Crónicas sem taxa moderadora
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