quinta-feira, 3 de abril de 2008

020 Um nome para a tua ausência




A solidão mata. Já lá vão alguns anos que deixamos de ser quem éramos e continuamos a perder tempo com o amor que não poderemos nunca alcançar.

A solidão mata, e nem és tu ou a tua maneira de ser que me encanta, apenas algum sentido para aqueles momentos banais em que não há um raio de um motivo para sorrir.

A solidão mata e apesar de não entender a coragem de pôr termo à vida, vegeto na cobardia de viver num mundo em que tudo o que vale a pena passa ao lado.

Mas e afinal, já nem estás aqui, e digo que te amo, já nem sei bem porquê, tal a insiginificante importância a que me votas. E se acreditasse de que me valia?

Apenas vejo sempre mais do mesmo, usando os sorrisos como forma de amenizar a rotina. Sabes, na ausência deles e dos químicos amenizadores apenas me apetece chorar.

Sou de lutas e lá continuo num desejo qualquer de não ter que respirar um odor que já possuí vezes sem conta, que até morreria por ele, teria apenas que ir primeiro. Para não ser eu a sofrer? Talvez.

O único nome que te reconheço é Tarde, que nada faz sentido, que o que foi não mais volta a ser. A vida até é curta mas o desejo doseado, sobretudo, de ingratidão.

A solidão mata, nem é pelos cabelos brancos ou a ausência de valores tradicionais. Mata porque não preenche o profundo vazio que se instalou na alma incrustada em corpo efémero.

Não há tempo a perder dirão eles que só cá chegarão quando nem os ossos estiverem presos à vida.

2 comentários:

Dolores Jardim disse...

Boa-noite amigo!
Estive passeando por teus artigos!

Como sempre a irreverência ,com que escreves é algo que me deixa de queixo caído,apesar de meu queixo já estar bastante caído..já não sou jovem rsrs.

Parabéns!
Com teus escritos,ninguém sente solidão.

Beijos e abraços meu bom amigo do lado de cá!

O que Cintila em Mim disse...

Quando ela se instala e grita por um nome, é que chegou a hora de acordar e sair para bem longe.

Solidão é uma forma de ser e parece que os blogs confirmam isso.

Estamos todos sós.