domingo, 1 de março de 2009

065 Um nome de mulher


Tento por todos os meios lembrar-me qual a curva mais pronunciada que encontrei em ti e a memória é feita de subidas gloriosas a uma montanha imponente de prazer.

De lá de cima, do topo da vontade de te amar encontro apenas vontade de me deixar levar por uma queda sem fim, mesmo que vá parar ao precipício que me encanta sempre que o encontro, como se fosse sempre um vulcão à beira da erupção.

Tens um nome de mulher, pose de deusa, amante fogosa que há muito não consigo saber. És um caso perdido de intensa beleza indestrutível, mesmo que um dia seja tomado pela cegueira da paixão avassaladora que me trespassa a libido como se o corpo apenas tivesse utilidade no prazer de te receber.

Anseio pelas tuas alegrias em dias cinzentos de pranto clamado em esperanto em que nada faça sentido e ainda assim possamos sorrir. Sei que um mero sorriso teu, olhares gulosos, segurança emocional, um copo de vinho tinto e uma qualquer poesia louca que nos cause tesão farão de mim o homem mais feliz do mundo, mesmo que no final do primeiro acto não coexista a natural explosão das hormonas em ebulição.

E de manhã quando olhei para o rio que estava doente, em febre ardente, com os afluentes zangados, pensei num nome de mulher, flor adocicada numa viagem encantada que me fizesse desfalecer, em perfume envenenado, mesmo que me fizesse morrer.

Olhei para o céu e vi-te despida de conceitos em sorrisos abertos de fantasia e conceitos docemente anacrónicos.

15-05-2008

Acompanhante musical: Yanni - To the one who knows

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