quarta-feira, 11 de março de 2009

068 Armas e beijos num sorriso


Quando penso que foi a última vez que falamos, e o silêncio se prolonga por mais do que o que deve, uma luz aparece no fundo do túnel, como que a lembrar-nos que os nossos sorrisos fazem parte da vida de cada um, mesmo que não soubéssemos para quem sorríamos quando as fotos fossem tiradas.

E inúmeras vezes nos vamos falando, mesmo em silêncio, como se o aroma do jasmim ao anoitecer fosse algo de muito superior a um mero desfalecer, à ideia enternecedora, porventura provocatória de uma noite intensa de sexo, ardente e desenfreado. Algo que nos atiça a vontade de utilizar o requinte mútuo em prol da vida, dos momentos em que damos descanso aos nossos corpos e talvez da forma sádica atiçamos o ponto T, vibrando a cada chicotada infligida no parceiro que, ironicamente, se contorce de prazer.

No entanto afinal o que somos um para o outro? Meras armas de doçura e encanto ornamentadas com suaves beijos fictícios que espalhamos com requintada delicadeza noso nossos sorrisos cujos cantos enchemos com todo o mel proveniente dos cantos mais profundos do coração.

Hoje foi sempre a ultima vez que nos falamos, enquanto cada um segue as suas aventuras de desejo, os seus impulsos de encontro à vida e à sementes que perpetuem a nossa passagem por um planeta castigado pela incúria humana.

Mas queremos lá saber dessa delicadeza quando atingimos o ponto T, de tesão pois então!

Acompanhante musical: Violently happy - Björk

1 comentário:

O que Cintila em Mim disse...

E alguém consegue pensar quando esse famoso T aparece?
É a vida febril batendo à nossa porta.