domingo, 22 de março de 2009
074 Teu corpo é um rio
Quando acordei apenas me concentrei no toque suave do telefone, programado com aquela música de amor em que se conjuram as promessas de encontro a qualquer dia e em qualquer hora. Recém saído de um sonho e com o corpo suado, o cabelo em pose selvagem, segui rumo ao atendedor.
Quando te ouvi, desvaneceu-se qualquer vontade de praguejar e prontifiquei-me a ir ter contigo, no silêncio da madrugada, mesmo sabendo que ia trespassar uma cidade viva por dentro de quase todas as paredes. Apenas sei que sempre me dispus a ouvir o coração e o corpo ficou saciado.
Apenas querias um pouco de companhia, encontrei a tua boca e assim ficamos um breve instante na doce companhia dos nossos lábios entontecidos pela escuridão. O teu gato, conhecendo-me de intensos amores no apartamento que fora nosso, roçou-se nas minhas pernas e eu falei com ele como faço sempre que vou a tua casa. O bichano, sabendo ainda melhor que nós o que se seguiria foi para a cozinha cear, enquanto abrias uma garrafa de tinto alentejano. Havia sempre um qualquer motivo para celebrar a vida e essa noite não foi excepção.
Pusemos a nossa música, e as hormonas começavam a soltar-se impedindo a presença de qualquer tipo de roupa junto ao corpo. Enquanto dançávamos e a lareira pegava fogo, fui percorrendo o teu corpo em suaves murmúrios que apenas faziam crescer a excitação em dois corpos ávidos de prazer. Cada pedaço de corpo que te desbravava era como o afluente de um rio.
continua aqui: 075 Para além de tudo
Etiquetas:
Crónicas sem taxa moderadora
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1 comentário:
Ao som de uma música suave, tudo bate certo.
Parabéms Manuel, um espaço interessante.
Continua na senda do sucesso. :-)))
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