domingo, 12 de abril de 2009

079 O dia de hoje é tão velho


Por acaso lembras-te daquilo em que pensaste hoje de manhã, para que o teu dia fosse um pouco diferente do que é costume? Não te lembras, apenas e só porque logo ao começar o dia tornou-se velho, previsível e uma fonte de queixas inexorável.

Faz então um pequeno esforço para venceres essa letargia em que cai o teu corpo depois de um dia de trabalho.

Imagina apenas que tens o teu parceiro e que vão fazer amor, até caírem na cama com um sorriso quase imbecil que vos fará ter vontade que tudo se volte a passar da mesma forma, nem que seja mais um dia, para que o corpo liberte as suas toxinas maléficas da falta de amor, da cópula sexual.

Mas se ainda assim combates momentos de solidão que não te permitem pensar em libertar essas toxinas por via da excitação e do orgasmo de ocasião, apenas fecha os olhos, imagina como verdadeiro todo aquele paraíso com que sonhas dia após dia. Nunca o deixes transformar-se num pesadelo de angústias crescentes que nem te deixam morrer o dia primeiro que a ti.

É então chegada a altura de sublimar aquilo que tens, por muito que te digam que não podes viver a vida assim, que não chega, que não é socialmente correcto.

É bom poder rebater as ideias feitas dos outros e sabotar os conceitos definidos como sendo normais, enquanto os dias envelhecem uns após os outros sem que nos demos conta de que com eles a vida nos foge por entre os dedos.

20-05-2008

Acompanhante musical: Keane - Atlantic

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