quinta-feira, 3 de setembro de 2009

080 os ódios nunca estão fartos

Autor: Haynes King (1831-1904)


Mesmo assim, sossegado e ao longe de tudo mas nunca de todos o ser humano guarda sempre um pouco do seu tempo para odiar alguma coisa. É inacreditável a eterna capacidade de se tramarem uns aos outros, por vezes sem o mais pequeno motivo que permita validade o inviável. Há então um caminho que se deve tomar quando se chega, por fim, ao entendimento de que ódio gera mais ódio. A solidão, sim essa companheira invisível que nunca nos abandona em qualquer momento.

Chega a ser desgostante observar as lutas fratricidas em que certos seres se deixam enredar apenas para defender os pontos de vista dos seus líderes, seres déspotas que são verdadeiras máquinas de criar e sobretudo nunca fazer desaparecer ódio.

E nos dias de cansaço, em que as promessas de amor eterno acabam por ser aquilo que esperamos delas, algo oco e sem sentido, damos conta de viver num mundo agreste em que se crucificam homens como Jesus e pouco há a esperar no que concerne ao perdão propriamente dito.

Ainda assim há quem se desloque entre dimensões paralelas de tranquilidade, onde o puro stress é substituído por uma visão mais límpida daquilo que é preciso rectificar.

Mas os ódios acabam por nunca estar completamente adormecidos e, se bem que as previsões promovam a chuva e um lugar garantido no céu dos pardais, há por aí quem talvez fosse o céu e o inferno ao mesmo tempo.

21-05-2008

Acompanhante musical: Pet Shop Boys - Jealousy

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