terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

095 A caminho de nós

Fonte da foto: panoramio.com


Tenho a certeza da firmeza com que é anunciado o furacão de sentimentos que afligem tantos humanos. Não é que se desdenhe a hipótese do fim do mundo ser apressado apenas e só pelas frustrações de um qualquer ser humano com poder suficiente para dar cabo disto tudo. Mas o que mais aflige é a apatia generalizada que se instala nas pessoas que passam a sua vida numa luta que de nada lhes vai servir se não se dedicarem, ao mesmo tempo, a procurar novos motivos para viver.

A caminho de nós vem a incerteza dos gostos e desgostos aninhados em histórias das quais raramente se tira algum sentido. Fixo então o olhar naquela memória que ainda assim me povoa a mente de um brilho inusitado. Se o ser humano não tem a capacidade de voar, quase que me senti a levantar voo naquele dia, no meio de emoções ao rubro que não esquecerei nunca, como ninguém deve esquecer nunca do que o fez crescer enquanto ser humano.

Aquela nuvem que estava para lá da montanha leva os desejos que julguei perdidos para sempre, no meio de tempestades criadas apenas pela vontade de sobreviver ao vazio absoluto. Por mais trovões que ribobeassem não poderia começar melhor o dia sabendo que aquele pedaço de destino cirandava ali tão perto de nós, que quase o sentia entranhado em mim, que o nosso adeus nunca teria passado de uma mera ilusão de óptica.

11-06-2008

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