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Sempre te libertaste do jugo do tirano, das fronteiras em que, a cada dia, só encontravas motivos para te juntares a uma qualquer organização terrorista. Mas só o teu coração se aterrorizava e num momento de rara lucidez, puro pragmatismo altamente censurável, contrariou as ordens de desistência de uma alma já cansada e então vieste, deixando para trás as amarguras que já consegues ver como estando dentro daquele túnel onde andaste tanto tempo.
Sem ofensas, mas o que ficou para trás, aqueles de quem te lembras, esses e o que deles se liberta, isso sim faz-te falta. Assim como os copos e aqueles jantares no Galeto, quase às três da manhã. O resto, meu querido amigo, é lixo, mesmo aquele ordenado certo e os pregos para o caixão que os amáveis directores te ofereciam em troca de alegres sessões de cu aberto para que eles abusassem quando bem entendessem.
Eu sei que apenas tentavas ajeitar a gravata, puxar as calças para cima e sentar-te em posição que não castigasse as cervicais e as lombares. Vê bem o vazio em que a tua vida pessoal se tornou.
Tu vieste, deixando um rasto de uma coisa qualquer para trás, coisa essa que alguém um dia te há-de explicar, pois que nos últimos dias sentias a morte como companhia mais desejada, por mais que visitasses o psicólogo e te refugiasses numa falsa esperança de vida.
Tu vieste e apesar das pontas soltas, projectos inacabados, algo de profundamente belo e forte jun tou-se a ti pelo caminho: A VIDA!
24-06-2008
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