terça-feira, 24 de agosto de 2010

eternamente excluídos

1.
os olhos brilhavam
num vazio imenso 
e buscavam
algo mais que 
apenas dor
uma cor
um ardor
sementes de desejo


2.
sem alegria
entre o betão gasto
fugindo daqueles drogados
amaldiçoados pelo tempo
forjados num fosso
esquecido do inferno
esperando alucinados
pelo Apocalipse



3.
dentro da igreja
todos sentados
em pose de oração
subliminar tentação
e o senhor que chegava
humano reles e pecador
e beberam de um cálice
o do suicídio colectivo



4.
pétalas gastas
sem memórias de cor
saltos de alegria
ou amor
apenas um grito
lancinante de dor
num campo deserto
de vida



Abril de 2010

Sem comentários: