domingo, 7 de novembro de 2010

mentiras quase inocentes

1.
todos os dias te quero
te desejo
te amo
e te fornico
tal como tu a mim
ainda assim
não sonhamos juntos


2.
ainda agora chegaste
nos perdemos em abraços
sem fraternidade
apenas gosto
e já te foste
na barca do velho Caronte



3.
na noite fria
sem sexo a arder
vozes a gemer
apenas tortura
transformamos o amor
em doses vampíricas
de sedução intensa
até mais nada restar
senão a dor eterna
de nos amarmos
nas trevas da solidão



4.
lá em baixo
não escuto o pranto
o adeus sentido
para sempre vivo no coração
de que me vale essa chave
enquanto o corpo apodrece?



escrito em Maio de 2010

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